sábado, 12 de dezembro de 2009

meio fio
meio frio

meio cheio
em cada meio

meio dia
nem meio saía

meio dócil
em meio ao ócio

meio mala

meia bala

meia vida

meia boca

meio boba
meio oca
meio rala

no meio rala
no meio cala
no meio erra





no fim piora
em cima da hora
chora
mas adora

no meio que é meio
o meio do meio
do meio
meio

INTEIRO

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Caraíva

o mar, os jacarés, a cerveja gelada na praia, o calor...
espécimes de h. sapiens com duas cópias do cromossomo X no cariótipo, do alto de milhares de anos de evolução, em plena forma
e tornando dificílima a escolha (não pra mim, que já a fiz).
o sol.
o acarajé na barra, o forró (ou a porta do forró).
a areia nas ruas, a areia em casa, a
areia no chuveiro, a areia na cama, a areia em todos os lugares.
as paisagens estupefantemente inacreditáveis.
o netuno.
os amigos.
o pastel de camarão do pará com o sol escondendo atrás do mangue e refletindo no rio.
o gamão durante o café da manha de frente pro rio, vendo a maré
encher.
os dias de chuva lendo na rede.
o varandão.
o satu, o espelho e o corumbau.
a lua.



a juju...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sunny 16

Num dia de céu aberto, se você focar uma parada de coloração média, cuja reflexão não seja extrema nem mínima (nem branco nem preto), com a luz de frente (por cima do seu ombro, mais ou meons), e puser o diafragma em f/16 e a velocidade do obturador em 1/ISO (1 isésimo de segundo (hahaha cabei de inventar!), ou seja, 1 segundo dividido pelo valor que você puser o iso), a exposição fica bacana.
Isso pode ser inclusive uma maneira de testar o fotômetro da sua máquina.
Na verdade é pra máquinas de filme, mas é bacana experimentar pra ver.
Nem sempre fica bom nas digitais, diga-se de passagem.

Cotidiano

Meu trajeto hoje pra faculdade:

1) 900 m a pé de casa até o ponto de ônibus
2) 17,1 km de ônibus até o BH Shopping
3) 22,7 km de ônibus do BH Shopping ao viaduto São Francisco
3) 700 m a pé do ponto de ônibus (São Francisco) até o outro ponto de ônibus (Antônio Carlos)
4) 2 km de ônibus até a entrada da UFMG
5) 400 m a pé até o ponto do ônibus interno da UFMG
6) 2,3 km de ônibus dentro do campus
7) Chegada ao ICB

Distância total: 46,1 km
Distância a pé: 2,0 km
Distância de ônibus: 44,1 km
Hora da partida: 8h20min
Hora da chagada: 10h10min
Tempo total: 1h50min

Todas as distâncias segundo Google Maps

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Hypsiboas cipoensis

da resposta a um e-mail

O ativismo ambiental, no mundo, apesar de suas particularidades locais, é meio desnorteado.
Mas eu não acho que em sua maioria tem um apelo anti-consumo (inencaixável no mundo), como às vezes é criticado.
Tem um apelo, e nisso eu concordo, pelo consumo SUSTENTÁVEL.
Só que ele ainda não é viavel em larga escala.
Nem nunca vai ser, se não houver propaganda a seu favor, no mínimo. Então, que seja feita.
E também muito investimento, legislação favorável, etc.
E tem que ser economicamente vantajoso, porque ninguém vai investir nisso de bobeira, mas pra ficar rico!
Igual o cara que pegou US$3 mi emprestados, comprou um catavento numa ilha da Noruega e hoje ganha US$ 300 mil por ano vendendo energia verde. (ISTOÉ, 28 de outubro)
Agora, que as pessoas gostam de falar do urso polar, da orca obesa, da foca não sei das quantas e continuar jogando lixo no rio dos fundos - nem precisa tanto: tomando banho de uma hora, jogando lata de Coca no chão... - lá isso gostam mesmo.
Mas num faz mal falar não. Essas coisas vem (agora sem acento?) com o tempo mesmo.
Vamo mudando aos poucos a nossa concepção.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

o nome

quer dizer terra em tupi-guarani

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Paladar

Um vinho, patê de tomate seco, lagarto ao pesto, ciabata de azeitonas pretas, queijo gorgonzola e a boa e velha baguete.

sexta-feira, 22 de maio de 2009



Serra dos Órgãos - RJ
Agosto '08
Maravilha

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Mais do Mesmo

Outro dia peguei uma carona com uma vizinha de Macacos. Afinal, morando aqui e sem carro, a tal da carona bem que salva.


Pois bem. Subimos a estradinha de Macacos e, quando caímos na BR-040, congestionamento. A pista de descida tava em obra de recapeamento, apesar desse trecho ter sido totalmente renovado quatro anos atrás para o encontro do Mercosul em Ouro Preto. Alias, li o PDF publicado pela empresa que fez um trecho da obra e, surpreendentemente, a explicação para o desgaste do asfalto foi: "Degradação do pavimento da BR-040 em função de tráfego pesado de caminhões, levando ao aparecimento de trincas generalizadas". Fantástico, ninguém tinha pensado nisso! E quem os impede de andar acima do peso? Mas não era disso que eu queria falar.

Enquanto prosseguíamos lentamente rodovia abaixo, fomos conversando sobre os congestionamentos, problema recorrente em toda grande cidade. Interessante isso: a cidade vai crescendo além de seus limites e as vias passam a não suportar mais tantos veículos em trânsito. Minha vizinha falou algo que ela escutou de um especialista, e que não dexa de ter sentido. Disse que o problema do trânsito não tem solução mesmo: se todos decidissem utilizar transporte coletivo, ele entraria em colapso. Alargar suficiente as ruas e avenidas, além de inviável do ponto de vista de planejamento urbano, seria apenas um paliativo; mais cedo ou mais tarde o volume de carros alcançaria novamente o limite. E transitar não é uma opção, é uma necessidade. Em BH realizam-se cerca de 4,2 milhoes de deslocamentos por dia, nao só de carro e ônibus, é claro, mas principalmente assim. O Detran-MG emplaca em média 500 veículos por dia. A frota da capital atingiu, em 2007, o marco de um milhão de veículos, e cresce de 4% a 7% ao ano desde 1999.

A região sul de BH (falo dela porque é onde vejo todos os dias, certamente não é só aqui) passa recentemente por intensas mudanças de uso de solo. Sion, Belvedere, Seis Pistas, Vale do Sereno e Vila da Serra vêem prédios novos surgirem assustadoramente, ocupando lotes onde antes havia casas ou... ou nada mesmo. Interessante como se acha que as vias vão suportar todo esse contingente circulando.

Mais uma inconveniência da superpopulação...

Bom, pra aliviar um pouco a cabeça desses assuntos enfumaçados, vou colocar uma foto do mato, que tirei onde vou de vez em quando estudar certas sempre-vivas.



sexta-feira, 15 de maio de 2009

Desenvolvimento (in)Sustentável

O desenvolvimento parece ter se tornado uma constante em discursos das mais variadas vozes. Crescimento industrial, econômico, lucro, que sempre estiveram associados à idéia de desenvolvimento, tornaram-se a solução para todos os problemas de uma nação. Se há déficit de empregos, de moradias, de escolas, se a assistência pública à saúde não está legal, se a desigualdade socioeconômica anda assustando, então o país deve priorizar o investimento em setores que tragam prosperidade financeira. Esse foi o exemplo dado por nossos precursores na escalada pela prosperidade. Estudos mostram o equilíbrio em que chegaram sociedades que durante décadas de crescimento conviveram com degraus sociais e mazelas que, mais cedo ou mais tarde, foram neutralizados pela prosperidade econômica. Afinal, se o capitalismo não traz a igualdade, ele pode sustentar níveis desiguais de prosperidade, para citar um autor de quem já não me lembro o nome. Enfim, esse conceito de desenvolvimento, tanto tempo entendido como aumento, aumento de produção, de oferta de bens de consumo, do poder de consumo do cidadão, não teria ficado obsoleto?

Num passado não muito remoto estávamos à mercê das forças ambientais de uma forma muito mais escancarada que hoje. A fragilidade do ser humano, combinada com sua inteligência latente, desencadeou sua então incipiente investida no entendimento do mundo à sua volta. Pouco se sabia realmente sobre fenômenos aos quais estávamos inevitavelmente subordinados. Correntes marítimas que traziam a fartura da pesca, temporais que arrasavam as plantações, surtos de peste que solapavam milhares de vidas, eram atribuídos muitas vezes a forças sobrenaturais, não acessíveis à nossa compreensão, e muito menos ao nosso controle. Tais fenômenos, assim como muitos outros, eram entendidos como prêmios ou punições por condutas humanas.

Por essas e outras foi se tornando inevitável o desenvolvimento das faculdades humanas, fruto do pensamento racional aliado aos instintos de uma espécie que mal saiu das fraldas e carrega a bagagem de milhões de anos de evolução. A necessidade de tornar o ambiente menos inóspito era inadiável. Mais recentemente, a chamada ética do trabalho contribuiu sensivelmente para a valorização do desenvolvimento: a lógica segundo a qual quem se esforça consegue obter um bom padrão de vida foi (e ainda pode se dizer que é) um bom incentivo à produção.

Muita coisa obviamente mudou pra melhor graças ao incrível desenvolvimento desenrolado pela humanidade; mais incrível é a acentuação tal que ele atingiu após a Revolução Industrial. A otimização dos sistemas de produção e a divisão do trabalho (com todas as suas implicações sociais que não são objeto de discussão aqui) possibilitaram maior eficiência com redução da jornada de trabalho. Melhorias nas condições de habitação, saúde pública, saneamento, medicina, permitiram que as pessoas vivessem mais e melhor, o que causou um verdadeiro milagre da multiplicação da população humana na Terra.

Essa breve pincelada histórica dá uma idéia de como faz sentido a nossa concepção de desenvolvimento. Ou pelo menos fez sentido. Isso porque, quanto mais gente, mais complexo se torna o sistema de interações uns com os outros e com os animais, as plantas, o ambiente. Mais e mais foi sendo exigido dos recursos naturais, e mais e mais a população foi crescendo. Começaram a surgir então os desajustes da natureza e, como eles nos afetam, com eles surge a preocupação com o resto do mundo vivo.

Todo e qualquer ser vivo que habite a biosfera terrestre exerce sobre ela algum impacto, menor ou maior, de acordo com seu grau de exigência de insumos para a vida. E a própria biosfera vai se ajustando a isso, com mudanças climáticas, extinção e surgimento de novas espécies, alteração no curso de rios. Eis que nós começamos a experimentar as conseqüências da mudança que a nossa espécie está causando ao planeta. Isso é natural, embora esteja ocorrendo em tempo recorde. A biosfera não vai, muito provavelmente, acabar por nossa causa. A vida dificilmente se extinguirá no planeta por influência do homem. A diferença é que nós, do alto de nossa capacidade de percepção do mundo, sabemos interpretar as mudanças que provocamos e isso passa então a ser motivo de preocupação. Porque somos seres essencialmente auto-centrados, e enxergamos que, além de centenas de bichinhos e plantinhas candidatos à extinção, fervorosamente defendidos pelos “barriga-verdes”, nós estamos sendo ameaçados.

É aí que surge o termo desenvolvimento sustentável. Mas o modo de produção já estava tão bem implantado e já criara uma dependência tal que adaptá-lo para uma nova lógica – a “lógica sustentável” – se tornou uma das tarefas mais árduas já encontradas pela humanidade. O desenvolvimento sustentável veio, então, numa tentativa de substituir o puro e simples desenvolvimento, que traria a degradação inevitável do nosso hábitat.

Aos poucos vamos conseguindo uma mudança de mentalidade e os adeptos de um meio ambiente que possa ser sustentado por mais tempo vêm ganhando espaço. A maioria dessas pessoas, no entanto, pensa nos problemas ambientais como algo conjuntural, grave, de fato, mas contornável. Em minha opinião, esse não é o caso. Um posicionamento como esse é uma mera forma de se enganar julgando ter feito o que está a seu alcance. O planeta não tem recursos vegetais, minerais, naturais nem energéticos pra abastecer uma – crescente – população de mais de seis bilhões de pessoas por muito tempo. Problemas como lixo, água potável e energia estão se agravando a cada dia, e o que nos cabe é rever se o atual conceito de desenvolvimento que é o centro das intenções políticas e sociais é realmente viável. Penso ser esta uma questão que está no cerne da nossa estrutura social, produtiva, e que exige um conjunto de medidas muito mais drásticas que o que tem sido feito.

Muitos povos, ao atingirem seus “níveis desiguais de prosperidade”, e serem tidos como “desenvolvidos”, prosseguem sôfregos rumo ao consumo exacerbado, fútil, desnecessário e patológico, ignorando o restante do planeta, ignorando aspectos inegáveis de um mundo globalizado. Penso que seria mais razoável que um país que já atingiu um bom nível de desenvolvimento social se utilizasse dos recursos de que dispõe para trazer a um patamar humanamente mais confortável outras parcelas da população do planeta, em detrimento da manutenção de seu crescimento econômico indefinido. Claro que para isso teríamos que contar com uma população global que não estivesse em franca ascensão.

É um tema polêmico, controverso, espinhoso, mas também muito interessante. Interessante como a grande maioria das pessoas não sabe com lidar com essa situação. Uns muito decididos defendem seus pontos de vista, outros dão opiniões como quem cumpre uma obrigação, uma exigência social recém-criada. Não estamos, ainda, acostumados com essa idéia. Essa aliás é a minha idéia com esse blog: expor idéias. E discuti-las. Joguei algumas delas nesse texto desorganizado. Quem sabe elas não vão amadurecendo
?